14 de janeiro de 2008

Simone de Beauvoir (1908-1986)

Were she still alive and she would have been 100 on the 9th January. It's funny but, maybe on account of my own distraction, I didn't notice any events marking the centenary of one of the greatest 20th century thinkers.

I'm actually not much inclined to Feminism and Feminist movements. However, women's lib and many of the liberties we hold for granted owe a lot to Beauvoir's activism. The world is still very far from total gender equality and it would still be further down the road if it weren't for the New Women movements in the 19th century and for the attention and polemics that The Second Sex (1949) generated when it was published. Of course that, as in any controversial work, Beauvoir was accused of everything: from being frigid to lesbian, from bisexual to nymphomaniac. But the path was open as far as discussing women's role in society was concerned in a post-war world.

The existentialist school of thinking as theorised and studied by Beauvoir and her husband Jean-Paul Sartre explains the premise, and probably one of the most famous ideas of Beauvoir, that women are not born women, they are "made" into women. That is, it is society that gives women the role of women, it is men that created the alterity, the otherness of women. And therefore society has forever inferiorised women and compared them to men. Even Beauvoir's father said his daughter had "the brain of a man" because of her intelligence.

Many of Beauvoir's ideas about women as the second sex are, unfortunately, valid today. In a world that still discriminates according to race, creed and sex (and Beauvoir was not just referring to women as the inferior social Other), the least we can do is stop for a moment and aknowledge the voices that have, in their own way, contributed to a lessening of inequality and for the walk of social progress and development.

15 comentários:

antonio ganhão disse...

A Cerimónia do Adeus, foi a única coisa que li dela, pensando bem tenho que o procurar, está na altura de o reler.

quintarantino disse...

Most philosophers agree that Beauvoir's greatest contribution to philosophy is her revolutionary magnum opus, The Second Sex.

The Second Sex was so controversial that the Vatican put it (along with her novel, The Mandarins) on the Index of prohibited books.

The main thesis of The Second Sex revolves around the idea that woman has been held in a relationship of long-standing oppression to man through her relegation to being man's "Other."

In agreement with Hegelian and Sartrean philosophy, Beauvoir finds that the self needs otherness in order to define itself as a subject; the category of the otherness, therefore, is necessary in the constitution of the self as a self.

Woman "is the incidental, the inessential, as opposed to the essential. He is the Subject, he is the Absolute-she is the Other."

For her human existence is an ambiguous interplay between transcendence and immanence, yet men have been privileged with expressing transcendence through projects, whereas women have been forced into the repetitive and uncreative life of immanence.

Although I must recognize she marked her time, let me out in other words a thing on should never forget:

Vive la différence!

quintarantino disse...

Of course that "Vive la différence!" is with all due respect.

Right partner?

Manuel Rocha disse...

Bem...na falta de tradução simultânea O Quint está ocupado...), vamos lá a ver como se sai o meu inglés de praia...

:))

Então é assim:

Eu era daqueles que esperava que a Simone não tivesse razão, ou seja, que vocês, loiras ou morenas, não fossem just made, mas qualquer coisa de very special.
E esperava que essa natureza especial fizesse toda a diferença quando chegassem ao poder, para que os problemas que requerem uma outra sensibilidade passassem a ser tratados com menos "testoesterona"...

É verdade que loiras ou morenas ainda chegam pouco ao poder. E essa pode ser uma das razões para ainda não lhes sentir a diferença ( intimidam-se ? ), mas so far estou tentado a concordar com a Great Simone, pois aparentemente vos otras deixaram-se formatar...

:))

PS : Empreita é um entrançado feito com as folhas de uma palmeira anã ( Chamaeropus Humilis )a partir da qual se fazia ( ainda faz, mas geralmente apenas de função decorativa) uma inenarrável variedade de utensilios com funções de transporte ou armazenamento de géneros, entre as quais a célebre "alcofa", saco tradicional de ir às compras no Reino dos Algarves!

Esclarecida ?

:))

António de Almeida disse...

-Confesso a minha total ignorância sobre Simone de Beauvoir, de quem nunca li rigorosamente nada, aliás como nada li de Sartre, e outros desta corrente filosófica. De qualquer forma, marcou uma época, há que reconhecê-lo sem problemas, mas não lhe apreciei o estilo.

Carol disse...

As a matter of fact, I 've never read any of her works.But I agree that she marked her time.

Tiago R Cardoso disse...

Reconheço também que não li nada dela.

O que acredito é na igualdade, no entanto uma igualdade que não seja feita a base de regulamentações, uma igualdade conquistada, seja por homens seja por mulheres, onde indiferente do sexo, as pessoas ocupem os lugares e posições na sociedade por mérito, não por tradições...

Carol disse...

Aí é que ela bate! Uma mulher, apesar de todo o seu esforço, raramente vê o seu mérito ser reconhecido!

Tiago R Cardoso disse...

É a sociedade atrasada que temos...

JOY disse...

Também nunca li nada de Simone de Beauvoir,mas habituei-me a que o seu nome fosse sinónimo de igualdade.


JOY

Blondewithaphd disse...

Dear all,

António, também concordo, até porque um certo curso saíria enriquecido com a escrita da Beauvoir;)

Quinn, I see you did your homework;) As a matter of fact, being the Other of men doesn't only mean that women are different from them. Otherness presumes, above all, strangeness. That is, only what is Other is strange and everything which is incomprehensible is Other (one of these days I'll let you read my theses - both of them). Partners in crime all the way!!!

Manuel, ora esta?! We are very special!! O que acontece é que se nos criarem como homens nós seremos como os homens. A sociedade é que está formatada para pensar os sexos diferenciadamente e, portanto, o processo de socialização de um ser feminino e de um ser masculino são distintos.
Obrigada! Fiquei esclarecidíssima (confesso que cheguei a pensar que se tratava de uma alcofa feita de empreitada!)

António de Almeida, não é que eu vibre muito com o Existencialismo ou qualquer outra corrente da escola francesa, acho Sartre uma chatice, confesso, mas a verdade, é que este nosso mundo pós-moderno se deve muito a estes pensadores e à La Beauvoir devemos o abrir de caminhos tortuosos que, caso ela não tivesse existido, ainda estariam à espera de uma Beauvoir contemporânea.

Carol, como tens razão! É sempre a mesma história do provar e trabalhar a dobrar para se chegar a algum lugar (quando se chega, porque as barreiras são mais que muitas). O preconceito ainda aqui está. E como se diz em Inglês: "this is still a male-dominated world".

Sim, sim Tiago, nada de quotas nem de favorzinhos legislados para forçar a igualdade. Concordo inteiramente! Aliás, esse assunto da discriminação positiva tira-me do sério.

Blue, se eles ao menos soubessem o que custa estar na nossa pele. Ainda esta semana li um artigo sobre a carga de funções que as mulheres carregam (passo a redundância), a imensidade de papéis que desempenham. Com os homens é tudo sempre mais escorreito e linear. Paridade e igualdade são grandes utopias modernas. Resultado, não só a vida no masculino é mais facilitada, como o índice de frustração e depressão no masculino é menos de metade do que nas mulheres. Não, ainda não chegámos à sociedade igualitária. E ainda precisamos de mais umas quantas Beauvoirs e Wollestonecrafts.

Joy, o nome Beauvoir evoca, de facto, a luta feminina pela igualdade (não digo feminista porque não me revejo na expressão). Agora, onde é que anda essa igualdade?, é uma questão ainda sem resposta.

PS-Adorei o debate e estes comentários! Bom assunto!

quintarantino disse...

Both of them? Oh boy, oh boy...
I can hardly wait.
Afterall that is one of the few secrets you still keep...

Carol disse...

Hi, Blondie!
Just came here to tell you there's a post on Silêncio Culpado (http://silencioculpado.blogspot.com/ ) written by me, today. It´s about my teaching experience.
I would be honoured to have you commenting on it.

Carol disse...

Just came round to leave you a kiss.

alf disse...

Conhece-te a ti mesmo... a nossa ignorância a respeito do ser humano gera todas estas dramáticas confusões..

As mulheres e os homens são diferentes - têm diferenças físicas, hormonais e instintivas.

O conceito de "mulher" que a sociedade criou não corresponde ao que é uma mulher, é um conceito conveniente de acordo com um certo conceito de sociedade. E assim, a mulher, ao longo de gerações, tem sido transformada em "mulher", como o lobo foi transformado em cão.

Mas o homem também foi transformado, e o conceito de "homem" que existia há um século também era um conceito construido de acordo com os interesses de um determinado tipo de sociedade.

Esses conceitos convenientes de "mulher" e "homem" continuam a existir por toda a parte, e é fácil para nós reconhecê-los nas sociedades muculmanas ou nas testemunhas de jeová ou em outros grupos que seguem uma ideologia de vida ou religião - moldar os papeis de homem e mulher parece ser sempre a primeira preocupação de quem quer dominar grupos humanos...

Mas não continuemos a fazer asneiras, gastemos algum tempo a pensar e a conhecer o que é o homem e o que é a mulher; o que é cada homem e o cada é cada mulher; e saibamos aproveitar o melhor de cada um. Ou seja, não inventemos conceitos convenientes, conheçamo-nos antes de tudo.

Razão tem o Manuel Rocha quando fala de as mulheres terem maior peso no poder. Se alguém se der ao trabalho de classificar as rainhas e os reis, penso que ficará surprendido com a quantidade de rainhas no "top ten"...