10 de fevereiro de 2014

Viver do trolley e de zapping e ele

É noite cerrada quando abandono o Porto de Honra. Subo ao gabinete a descartar-me da toga. Saio de Lisboa na noite chuvosa que me acompanha até Évora. O fim-de-semana é dado em aulas nessa lonjura. Nova noite e nova partida na chuva oblíqua que continua.
Regresso a casa noite, muito noite. Vivo vampírica de breus porque os dias são uma hibernação hiper-activa. Só tenho ânimo para o nada do zapping: um concerto de George Michael que vi ao vivo, um filme de categoria B que me envergonha gostar e que já vi quinhentas vezes no mínimo e depois ele no National Geographic e ele, em duas séries seguidas, no Odisseia. Vejo-o na viagem que fez quando me escreveu e imagino um cento de coisas que lhe iriam na mente e na vida quando pegou no papel que eu receberia escrito a azul claro permanente.
Assustei-me. Tantos programas no fim-de-semana podem ser sinal de uma notícia que desconheço por viver vampírica. Abro a net e confirmo: ainda não é desta que estou de luto.

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