30 de dezembro de 2014

2014

Que ano, 2014! Só há um ano que comparo com este no bom que vivi: 2009.
Em ambos houve mau, tanto em 2009 como em 2014 eu continuei na saga do meu interminável divórcio, em ambos os anos buscando a liberdade a cada dia que acordava presa a algo que não queria. Em 2009 eu já lutava há um ano por essa liberdade e começava a imaginar que teria à frente uma longa caminhada. Em 2014 começou o epílogo desse processo que, infelizmente, não foi, ainda, o fim dos finais. Mas 2014 foi um ano bom.
A meio do ano veio a confirmação da minha verdade e só quem está prisioneiro sabe o valor do reconhecimento da sua verdade. Junho trouxe a minha verdade à superfície e o eu saber como o meu divórcio iria acabar e como eu iria acabar nesse processo. A felicidade de se saber como será o fim que desejámos é indescritível. Fui feliz, como sou feliz por saber que o pesadelo acabou, se bem que a justiça lenta, "crashada" e perdida ainda não tenha decretado o tal desejado divórcio. Mas enfim, a demora aguenta-se, a injustiça dos pesadelos, da prisão e da limitação dos direitos mais básicos, não.
Tirei coisas da gaveta. Coisas guardadas e escondidas. Coisas que me surgiram quando eu não estava à procura. Coisas que agora estão públicas sem que se saiba que pertencem aqui porque pertencem a nada. A gaveta aberta fez-me feliz ou talvez fosse a abertura da gaveta o que me fez feliz.
Viajei feliz porque viajei sabendo-me liberta de pesadelos. Pude acordar na lonjura sabendo que estaria bem quando regressasse ao aqui. Fui tão imensamente feliz nesses dias de sol e super-luas numa ilha remota presa a um passado que me lembrou o meu tempo antes da prisão. Tão imensamente feliz...
Apaziguei-me com decisões que não sei se fui eu que tomei ou que me foram impostas pelo exterior de mim. Acho que já não me interessa saber como aconteceram essas decisões. Vejo-me feliz com elas caminhando comigo. Abracei a solidão não-solitária e, agora que a contemplo na verbalização, penso que era o que, na verdade, me poderia fazer feliz como percurso.
A Casa grande... a minha casa. A nossa casa. A casa dos meus passados, a casa do meu presente. Tanto fantasma. Enxotei uns quantos. Matei outros tantos. Os outros, esses vivem comigo e eu não vivo sem eles. Viverão para sempre aqui, como eu viverei aqui para sempre mesmo quando aqui não viver. A Casa grande... a minha casa.
Ainda tenho Pai. E tenho sobrinhos. Família. Os melhores amigos. Amor com maiúscula. Saudades diárias. A pérola e o diamante. Vida.

Para 2015 quero o Pai, sobrinhos, família, os melhores amigos, Amor com maiúscula, saudades diárias, a pérola e o diamante, vida. É nada a mais do que este ano mas esse nada a mais é Tudo.

Feliz 2015!

2 comentários:

Dalma disse...

Um VERDADEIRAMENTE Feliz 2015 !!

Cristina Torrão disse...

Obrigada, igualmente :)