6 de setembro de 2016

Dia 2. New Braunfels/Gruene

Quando, o ano passado, entrei no Texas pela Interstate 10, vinda do Louisiana, parei num daqueles visitors' centers que existem num e noutro lados das fronteiras estaduais. Deram-me um mapa gigante do Texas (o que é que não é grande no Texas?) onde puseram círculos à volta dos sítios onde achavam que eu devia ir.
"And where do I go for country music?" - perguntei, é que isto de ir ao Texas e não ouvir country ao vivo é vir a Lisboa e não querer saber de fado: acontece mas não é the real thing.
"Gree-ene. Pronounced Gree-ene", insistiu a senhora que me atendeu num sotaque texano que enrola cada letra.
"Ah, Gruene!" - exclamei quando os meus olhos leram o escrito no mapa.
"Yah, Gree-ene! It's German for green" - respondeu, como se eu não soubesse que Gruene só podia ser a anglicização de "grün", de facto, "verde" na minha língua de origem.
Fiquei com Gruene debaixo de olho para o ano seguinte que é este. E Gruene fica na parte alemã do Texas. É uma espécie de bairro histórico, e já perfeitamente adaptado a turista, de New Braunfels.
O orgulho da herança alemã está por todo o lado e na mansão mais icónica de Gruene, a Gruene Mansion Inn (nas fotos acima), ainda se dá as boas vindas aos forasteiros em alemão. E, claro, toda a gente que se me apareceu à frente diz ser descendente das quinze famílias alemãs que fundaram Gruene.
"Wow, you don't say?!" - replico para os fazer felizes e enquanto acrescento: "I'm German-born. I guess we're practically related!" E a noite seguirá animada por entre a germanidade já completamente americanizada.


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